Aos catorze anos, possuía um hábito estranho. Adorava a coleção de bonecas de sua irmã mais velha, de vinte anos. Mas não porque ele brincava com elas – por certo que nisso não haveria nada de estranho –, mas sim porque ele tinha atração por elas.
Sua irmã cuidava muito bem daquelas bonecas e tinha um cuidado todo especial com seus cabelos lisos e brilhosos. Penteava, com a pequena escova para bonecas, aqueles fios, diariamente, antes de dormir. Sua coleção era seu mimo, lembranças de sua infância.
Durante a tarde ela trabalhava como recepcionista em um escritório de uma empresa de produtos de barbear. Ele estudava em uma escola pela manhã e durante a tarde ficava sozinho em casa, pois seus pais também ficavam fora.
A televisão o entretinha durante um bom tempo. Gostava daqueles programas estúpidos com dançarinas ou assistentes de palco, principalmente se elas eram magras, loiras, de cintura fina. Gostava, mas, de todo modo, elas não despertavam nele qualquer outra emoção que não servisse unicamente como incentivo para lembranças de algo que ele julgava melhor: as bonecas de sua irmã.
Aquelas dançarinas e assistentes no fundo eram tão sem graça! O que nelas aparentemente era atraente simplesmente assim o era pela semelhança com as bonecas, mas nada que chegasse perto da beleza perfeitamente plastificada de suas musas de aproximadamente vinte centímetros.
Instigava-se e corria para o quarto de sua irmã, onde podia encontrar as bonecas desimpedidas, livres, convidativas. Já sabia como tirar a roupa de cada uma delas e colocá-las de novo, sem que aparentasse que alguém tivesse mexido.
Ele tirava as roupas das bonecas, reservava os pequenos paninhos em cima da cama, ia até o banheiro com as bonecas desnudas e esfregava-as em seu pau, em um ato de entrega vital. Sabia muito bem que sua irmã não podia sequer desconfiar desse hábito, portanto tomava muito cuidado com os cabelos. Não poderia jamais gozar nos cabelos! Aqueles fios não podiam molhar, pois certamente estragaria todo o cuidado que sua dona teve até então com seus penteados escorridos. Enquanto a porra ficasse só pelo corpo, não haveria problema, pois água, sabonete e esponja resolviam bem o problema. Depois, poderia ainda pentear as bonecas novamente no momento de guardá-las em seu lugar, o que normalmente fazia.
Todo dia realizava a mesma coisa. Gostava de gozar em cima dos peitos durinhos. Tinha certeza que garota alguma poderia ter peitos tão firmes! Sempre tomava cuidado com os cabelos, segurava-os para cima, com a palma da mão esquerda, enquanto a direita segurava simultaneamente a boneca e o pau.
Sempre escolhia uma delas para receber a homenagem principal. Dessa vez escolheu a mais lisinha – provavelmente a última a entrar para a coleção. Sentia-se uma criança satisfeita e acelerou seu movimento contemplativo como jamais fizera antes! E, no ápice de sua atividade recreativa, acabou gozando mais ansioso do que de costume e seu jato adentrou os belos fios loiros de cabelo de sua parceira, que certamente não estaria nada satisfeita se fosse uma parceira real.
“Caralho! Caralho!”, exclamou com pavor! Começou a chorar incontrolavelmente. Tentou lavá-la a medida do possível, mas aquela porra parecia chiclete! Algum resto de sêmen, em pequeninos pedaços, não saiu com a rápida lavagem feita pelo garoto assustado. Em seu temor e apreensão, recolheu rapidamente as bonecas e nem sequer conseguiu vesti-las ou penteá-las direito.
Agora aquela boneca que houvera escolhido como parceira sexual parecia ter seborreia. Certamente seria mais difícil para a dona penteá-la esta noite.
Sua irmã não percebeu as coisas fora do comum, certamente pelo cansaço arrebatador. Pensou apenas que havia se esquecido de pentear a boneca no dia anterior, por isso aquele cabelo estava estranho. O que seriam aquelas sujeiras ao longo dos fios? Não gastou muito tempo pensando nisso. Estava cansada demais para refletir sobre banalidades. Mas achou estranho as roupas estarem tão tortas. Dormiu um sono profundo.
Ele, por sua vez, não conseguiu dormir. Não mais assistiu à televisão durante as tardes. E pensou que talvez peitos carnudos não fossem tão ruins quanto supunha.
Por Mao Punk: NÃO ACONSELHADO A PURITANOS! Aqui estão meus textos que expõem a fragilidade e indecência humanas, onde o real se mistura com o fictício. Muitos dos textos aqui presentes podem ofender por expor o lado mais indesejável dos seres humanos. Palavrões, conotações sexuais e violência são frequentes. Não leia se isso não te agrada. Boa leitura.
"RESQUÍCIOS DEPRESSIVOS, SUJOS E NOJENTOS" trata-se de textos onde exponho de forma irônica, metafórica, crítica e subversiva a condição humana. Esse blog pode causar estranhamento e até mesmo raiva, pois mistura o real com o fictício sem embelezamentos, indo a fundo no que o ser humano tem de pior: a ignorância, a covardia, os tormentos, a utilização da sexualidade de forma desrespeitosa, os vícios, a solidão, etc. Qualquer semelhança entre fatos e os textos aqui presentes é mera coincidência. As características do texto não representam necessariamente o ponto de vista do autor que vos escreve.
Respeite a arte! Ao reproduzir em outros lugares a obra de algum artista, cite o autor. Todos os textos aqui presentes foram escritos por Mao Punk.
Respeite a arte! Ao reproduzir em outros lugares a obra de algum artista, cite o autor. Todos os textos aqui presentes foram escritos por Mao Punk.
terça-feira, 25 de dezembro de 2012
segunda-feira, 29 de outubro de 2012
AMOR, MEU AMOR...
Voltava do trabalho. Você sabe, trabalho é estresse, rotina. É, até mesmo, engrenagem para mover o pensamento de que a vida fora dele é uma bosta: “Que grande merda trabalhar e não ganhar nada! Mas tudo bem, chegarei em casa e descansarei. Não, não. Espere! Tenho afazeres. E tenho aquele corno reclamando das coisas que faço ou deixo de fazer. Aquele escroto com seu jornal do dia e suas roupas engorduradas! E suas cuecas nojentas. E seu charuto fedorento...”
Andava pelas ruas, sem vontade de nada. Mas ainda não havia perdido o gosto em observar o mundo ao redor. Notou aquele muro colorido em meio ao lixo jogado a céu aberto. As pichações não tiravam a poesia da coisa. Talvez, estranhamente, complementavam a obra, ao menos naquele exato momento. E até mesmo as baratas pareciam dançar em meio aos papéis jogados e a urina seca.
Bancas de jornal, edifícios caindo aos pedaços, farmácias, prostíbulos, lojas de roupa... Ela parou para olhar o anúncio da loja. Um cartaz com os dizeres “felicidade não se compra, mas nela você pode investir”. Na foto, um homem – na casa dos trinta –, bonito, bem trajado, com um belo sorriso estampado, semblante de pessoa bem sucedida. Rosto de quem comprou e foi feliz para sempre. Até mesmo porque a foto eternizou aquele sorriso mercantil. Ou pelo menos o eternizou até o momento daquele papel ir para a reciclagem. Certo! Sejamos mais realistas: até aquele papel ser jogado em qualquer bueiro imundo, empesteado de ratazanas famintas.
A questão é que ela parou não por um minuto, mas por dez longos minutos frente à foto. Ela analisou cada pedaço de madeira morta do cartaz, cada pingo de tinta impressa, cada detalhe do belo homem. Só não analisou seus suspiros estúpidos no meio da rua. Não notou a boca semiaberta e os olhos brilhando. O toque do celular a despertou.
- Espero que esteja em casa logo! Estou morrendo de fome e não tem uma porra de mistura sequer nessa casa! E mesmo que tivesse, a louça está toda suja! Esqueceu de lavar os pratos que usei ontem. Onde você está com a cabeça?!
- Desculpa, seu arrombado filho de uma puta! – pensou – Desculpa. Logo estou em casa.
Apesar da pequena indelicadeza, dessas que acontecem todos os dias, voltou para casa sorrindo, com o pensamento a mil. Havia disposição para o dia seguinte.
A caminho do trabalho, passou em frente à loja. E, de relance, observou novamente o cartaz. O coração apertou de forma estranha. Faltou-lhe o ar por alguns segundos, alguns segundos, alguns segundos... o tempo parou? Olhou, subitamente, para o relógio. Atrasou-se cinco minutos. O elevador não tolera sequer atrasos de dois minutos! Patrão reclamando. Telefones tocando incessantemente, papéis e mais papéis para assinar. Sorriso nos lábios.
Fim de expediente. Seus olhos já não notaram os pássaros na árvore cantando a melodia da vida. Seus olhos não notaram o céu aberto, nem as flores, nem as poesias das ruas empoeiradas. Seus pensamentos pararam nele, no homem de sorriso misterioso, de charme impresso em alta definição, homem com mais de 100 mil cores!
Novamente estava em frente à loja, mas... Que diabos! Onde estava o cartaz? Seus olhos marejaram. Seus lábios tremeram no que seria o maior susto de sua vida. Sentiu medo. Ajoelhou-se, sem se importar com os transeuntes mecanizados. Ajoelhou-se no desespero do desencontro. Levou as mãos à cabeça e olhou ao redor, com lágrimas descendo pelo rosto. Uma luz! No lixo da esquina próxima, jogado junto ao chorume do lixo acumulado de dias, estava o cartaz. Em meio aquela podridão, o sorriso do homem do cartaz anunciava um recanto de paz. Levantou-se e correu para o lixo. Jogou-se ao amado. Jogou-se como quem procurava insanamente comida em meio aos sacos e cestos. Abraçou o cartaz, deitada ao chão.
Aquele momento único, aquela vitória, aquele alívio, aquele encontro romântico... aquele sorriso convidativo! Olhos brilhando, as lágrimas agora eram de felicidade. “Eu te preciso”, sussurrou ao ouvido do cartaz. E beijou-lhe a boca com amor e devoção.
Andava pelas ruas, sem vontade de nada. Mas ainda não havia perdido o gosto em observar o mundo ao redor. Notou aquele muro colorido em meio ao lixo jogado a céu aberto. As pichações não tiravam a poesia da coisa. Talvez, estranhamente, complementavam a obra, ao menos naquele exato momento. E até mesmo as baratas pareciam dançar em meio aos papéis jogados e a urina seca.
Bancas de jornal, edifícios caindo aos pedaços, farmácias, prostíbulos, lojas de roupa... Ela parou para olhar o anúncio da loja. Um cartaz com os dizeres “felicidade não se compra, mas nela você pode investir”. Na foto, um homem – na casa dos trinta –, bonito, bem trajado, com um belo sorriso estampado, semblante de pessoa bem sucedida. Rosto de quem comprou e foi feliz para sempre. Até mesmo porque a foto eternizou aquele sorriso mercantil. Ou pelo menos o eternizou até o momento daquele papel ir para a reciclagem. Certo! Sejamos mais realistas: até aquele papel ser jogado em qualquer bueiro imundo, empesteado de ratazanas famintas.
A questão é que ela parou não por um minuto, mas por dez longos minutos frente à foto. Ela analisou cada pedaço de madeira morta do cartaz, cada pingo de tinta impressa, cada detalhe do belo homem. Só não analisou seus suspiros estúpidos no meio da rua. Não notou a boca semiaberta e os olhos brilhando. O toque do celular a despertou.
- Espero que esteja em casa logo! Estou morrendo de fome e não tem uma porra de mistura sequer nessa casa! E mesmo que tivesse, a louça está toda suja! Esqueceu de lavar os pratos que usei ontem. Onde você está com a cabeça?!
- Desculpa, seu arrombado filho de uma puta! – pensou – Desculpa. Logo estou em casa.
Apesar da pequena indelicadeza, dessas que acontecem todos os dias, voltou para casa sorrindo, com o pensamento a mil. Havia disposição para o dia seguinte.
A caminho do trabalho, passou em frente à loja. E, de relance, observou novamente o cartaz. O coração apertou de forma estranha. Faltou-lhe o ar por alguns segundos, alguns segundos, alguns segundos... o tempo parou? Olhou, subitamente, para o relógio. Atrasou-se cinco minutos. O elevador não tolera sequer atrasos de dois minutos! Patrão reclamando. Telefones tocando incessantemente, papéis e mais papéis para assinar. Sorriso nos lábios.
Fim de expediente. Seus olhos já não notaram os pássaros na árvore cantando a melodia da vida. Seus olhos não notaram o céu aberto, nem as flores, nem as poesias das ruas empoeiradas. Seus pensamentos pararam nele, no homem de sorriso misterioso, de charme impresso em alta definição, homem com mais de 100 mil cores!
Novamente estava em frente à loja, mas... Que diabos! Onde estava o cartaz? Seus olhos marejaram. Seus lábios tremeram no que seria o maior susto de sua vida. Sentiu medo. Ajoelhou-se, sem se importar com os transeuntes mecanizados. Ajoelhou-se no desespero do desencontro. Levou as mãos à cabeça e olhou ao redor, com lágrimas descendo pelo rosto. Uma luz! No lixo da esquina próxima, jogado junto ao chorume do lixo acumulado de dias, estava o cartaz. Em meio aquela podridão, o sorriso do homem do cartaz anunciava um recanto de paz. Levantou-se e correu para o lixo. Jogou-se ao amado. Jogou-se como quem procurava insanamente comida em meio aos sacos e cestos. Abraçou o cartaz, deitada ao chão.
Aquele momento único, aquela vitória, aquele alívio, aquele encontro romântico... aquele sorriso convidativo! Olhos brilhando, as lágrimas agora eram de felicidade. “Eu te preciso”, sussurrou ao ouvido do cartaz. E beijou-lhe a boca com amor e devoção.
quinta-feira, 11 de outubro de 2012
CACTO
Sei que será o melhor para mim. Curiosamente, será o melhor para mim!
O problema é que o melhor às vezes dói mais que sentar no cacto.
Mas se me alargar de forma que meu cu possa abarcar o mundo e toda a sua sorte de acontecimentos, então topo sentar no cacto!
O problema é que o melhor às vezes dói mais que sentar no cacto.
Mas se me alargar de forma que meu cu possa abarcar o mundo e toda a sua sorte de acontecimentos, então topo sentar no cacto!
quarta-feira, 4 de julho de 2012
OLHOS CLAROS
Ela tinha olhos claros. Azuis, se não me engano, ou tão verdes quanto o céu em dias de sol. Ora, destaco que, em situações não adversas, este mesmo céu seria bem mais digno de minha atenção e de meus escritos que aqueles olhos.
Na realidade, já é espantoso que eu comece a prosa dizendo sobre aqueles olhos claros! Portanto, creio que tal registro de meus devaneios seja merecedor de um gesto louvável. Permito-me tomar o próprio ato por prêmio, embora não me seja esforço derramar minhas expressões em linhas.
Falei dos olhos claros? Perdão! Não são eles, com precisão, os protagonistas dessa história. Aliás, adianto-me ao dizer que há pretensão em minhas palavras ao tomar o fato, singelo por si, como história. Contudo, acerto ao dizer que a beleza de todo o fato esta contido naquele olhar. Olhar, ao que a ciência me permite saber, só é possível quando há olhos que fitam algo ou alguém. Sejamos diretos: um belo olhar, vindo de olhos claros, fitou meu olhar instigado.
Mas o que estou dizendo? Estarei eu escrevendo um involuntário e extenso prólogo apenas para relatar dois olhares que se cruzam inesperadamente? Não! Os prólogos pertencem às obras já findadas, às grandes histórias de centenas de páginas. Não posso me estender tanto em um prólogo quando ainda não sei ao menos qual será a história que se seguirá.
No entanto, mesmo desconhecendo a causa exata que instigou meu olhar, sei que fui igualmente instigado. E ela tinha olhos claros.
O fato de serem claros os olhos merece destaque. Nunca o azul ou o verde-céu prenderam tanto minha atenção. Quiçá tal feitio decorra de uma sede que tenho de inovação, de nova vida! Toda aquela beleza ali exposta, como se fossem os olhos o centro do encanto, atraiu meu olhar.
E desejo, de forma ainda primária, que meus olhos também tenham atraído a atenção daquela que me fez, após tanto tempo em lamento, reescrever sobre uma sensação que já não conhecia: o voo da mente!
Reforço aqui que não são os olhos protagonistas do fato. Revelo que o protagonista é o próprio fato. Revelo também que isso não é uma história, mas que alguma história feliz poderá ser escrita a cores azuis ou verde-céu. Quem sabe este registro não seja, um dia, o prólogo de nosso encontro...
O que escrevo, portanto, somos nós e nada mais.
Na realidade, já é espantoso que eu comece a prosa dizendo sobre aqueles olhos claros! Portanto, creio que tal registro de meus devaneios seja merecedor de um gesto louvável. Permito-me tomar o próprio ato por prêmio, embora não me seja esforço derramar minhas expressões em linhas.
Falei dos olhos claros? Perdão! Não são eles, com precisão, os protagonistas dessa história. Aliás, adianto-me ao dizer que há pretensão em minhas palavras ao tomar o fato, singelo por si, como história. Contudo, acerto ao dizer que a beleza de todo o fato esta contido naquele olhar. Olhar, ao que a ciência me permite saber, só é possível quando há olhos que fitam algo ou alguém. Sejamos diretos: um belo olhar, vindo de olhos claros, fitou meu olhar instigado.
Mas o que estou dizendo? Estarei eu escrevendo um involuntário e extenso prólogo apenas para relatar dois olhares que se cruzam inesperadamente? Não! Os prólogos pertencem às obras já findadas, às grandes histórias de centenas de páginas. Não posso me estender tanto em um prólogo quando ainda não sei ao menos qual será a história que se seguirá.
No entanto, mesmo desconhecendo a causa exata que instigou meu olhar, sei que fui igualmente instigado. E ela tinha olhos claros.
O fato de serem claros os olhos merece destaque. Nunca o azul ou o verde-céu prenderam tanto minha atenção. Quiçá tal feitio decorra de uma sede que tenho de inovação, de nova vida! Toda aquela beleza ali exposta, como se fossem os olhos o centro do encanto, atraiu meu olhar.
E desejo, de forma ainda primária, que meus olhos também tenham atraído a atenção daquela que me fez, após tanto tempo em lamento, reescrever sobre uma sensação que já não conhecia: o voo da mente!
Reforço aqui que não são os olhos protagonistas do fato. Revelo que o protagonista é o próprio fato. Revelo também que isso não é uma história, mas que alguma história feliz poderá ser escrita a cores azuis ou verde-céu. Quem sabe este registro não seja, um dia, o prólogo de nosso encontro...
O que escrevo, portanto, somos nós e nada mais.
quinta-feira, 24 de maio de 2012
OSCULAR
Terapia? Assim como a vida nos deprime, pode ela mesma ser a terapia. Tanto Faz!
Pensamentos, vícios, fome! E uma barra de chocolate. Chega a ser prazeroso o simples fato de abrir a embalagem! Talvez seja um momento de regresso à infância, àquele momento em que, empolgado, desembrulhava os presentes (seriam brinquedos ou roupas?). Mas é fato que o tesão infantil é bem mais bonito. Costumava ser, eu acho, embora eu não ficasse de pau duro ou aéreo.
Embalagem aberta. Hora de comer o chocolate. Não! Isso seria comum demais. Pedaço à boca, sabor, pensamentos, vícios... Céus! Estou beijando o chocolate!
Passeio a língua, acaricio, entrego-me ao beijo. Sinto que o chocolate se entrega! Sei que está derretendo por mim. É o gosto da vida! Ao menos o gosto daquele momento.
Ouço a música a tocar. Uma bela melodia! Ainda estou beijando. Beijo de olhos fechados. É agradável o sabor! Teria Isabelly um beijo tão doce? Abstraio. O chocolate me beija.
Em todos os cantos beijos apaixonados. O vento beija o rosto de alguém; o pranto beija os olhos de alguém; um sorriso beija os lábios de alguém; alguém beija alguém... Eu também sou beijo, tocando folhas e loucuras.
Eu sou um beijo intenso! Eu sou a língua dançando na genitália da alma. Eu sou a saliva saboreando o orgasmo da vida. Eu sou abusadamente oscular!
Pensamentos, vícios, fome! E uma barra de chocolate. Chega a ser prazeroso o simples fato de abrir a embalagem! Talvez seja um momento de regresso à infância, àquele momento em que, empolgado, desembrulhava os presentes (seriam brinquedos ou roupas?). Mas é fato que o tesão infantil é bem mais bonito. Costumava ser, eu acho, embora eu não ficasse de pau duro ou aéreo.
Embalagem aberta. Hora de comer o chocolate. Não! Isso seria comum demais. Pedaço à boca, sabor, pensamentos, vícios... Céus! Estou beijando o chocolate!
Passeio a língua, acaricio, entrego-me ao beijo. Sinto que o chocolate se entrega! Sei que está derretendo por mim. É o gosto da vida! Ao menos o gosto daquele momento.
Ouço a música a tocar. Uma bela melodia! Ainda estou beijando. Beijo de olhos fechados. É agradável o sabor! Teria Isabelly um beijo tão doce? Abstraio. O chocolate me beija.
Em todos os cantos beijos apaixonados. O vento beija o rosto de alguém; o pranto beija os olhos de alguém; um sorriso beija os lábios de alguém; alguém beija alguém... Eu também sou beijo, tocando folhas e loucuras.
Eu sou um beijo intenso! Eu sou a língua dançando na genitália da alma. Eu sou a saliva saboreando o orgasmo da vida. Eu sou abusadamente oscular!
quinta-feira, 19 de janeiro de 2012
TRONO METROPOLITANO
Era o cenário ideal para iniciar um grande romance metropolitano, um belo romance da cidade grande!
Horário de pico, ônibus em direção à zona oeste. Para o horário, o ônibus estava vazio. Consegui um assento ao fundo. Era um daqueles bancos individuais, feitos para que se carregue mais desolados em pé ou feito sob medida para os mal amados e ranzinzas. De qualquer forma, era eu quem estava lá.
Havia, claro, pessoas que não conseguiram se sentar. E não era por dor de cu. Simplesmente não existia sequer um banco disponível, o que é de se esperar de um ônibus da capital.
Eis que entra no veículo a estrela da história. Era uma garota jovem. Magra, mas com um belíssimo corpo. Cabelos pretos, rosto encantador e olhos maravilhosamente castanhos. Ficou em pé, logicamente. Estava de costas para mim, próxima a meu assento. Eu podia ver aquela bundinha delicada e gostosa, aquela cintura sedutora, aqueles cabelos negros... bendito seja o horário de pico!
Eu não conseguia parar de admirar aquela linda garota. Por um momento ela olhou para trás, despretensiosamente, e seus olhos encontraram os meus. Eu a olhava com os olhos de encanto ou desejo. Logo seus olhos desviaram. Voltou a olhar para frente.
Imã. Ela era feita de imã e meus olhos eram metais, vulneráveis à atração! Eu podia sentir meus olhos querendo saltar das órbitas para colar naquela beldade. De repente, como quem arranja pretexto para olhar para trás, ela virou de lado, olhou ao redor e passeou seus olhos nos meus.
Céus! Eu poderia ter me apaixonado! Ela olhou diversas vezes. Havia percebido que eu a admirava. E acreditei que ela me admirava igualmente.
O assento à minha frente esvaziou, outro banco para mal amados, assim como o meu.
Ela sentou-se ali. Oh! Já não era mais um banco de mal amados! Era recanto de beleza, trono de princesa urbana, ninho de formosura em meio ao caos da metrópole!
Sim, ela estava sentada à minha frente. Céus, eu estava sentado atrás dela! Até o trânsito congestionado sugeria nosso enlace: o ônibus parado, motor ligado, fazendo com que o veículo desse pequenos solavancos para frente e para trás, para frente e para trás, para frente e para trás...
Eu a olhava fixamente. Ela olhava pela janela, mas seus olhos sempre fugiam e, disfarçadamente, olhavam os meus.
Nós estávamos namorando. Sim, era início de namoro, tímido, desajeitado, cheio de desejo! Nossos olhos diziam isso!
De repente, sua mão direita arrumou seus cabelos e... puta que pariu! Eu vi uma aliança em seu dedo! Como ela pôde?! Ela me traiu! Tudo bem, tudo bem. Resolvi perdoá-la e continuei nosso romance.
Era noite e começava a esfriar. Ela tirou de sua mochila uma blusa rosa. Ajeitou os cabelos e começou a vestir a blusa. Eu olhava seus movimentos como se ela estivesse fazendo um strip-tease. Era um strip às avessas, mas igualmente fascinante, ao menos para mim que poderia passar o resto da noite a observando, com ou sem roupas. Ela ainda me olhava disfarçadamente.
Eu não conseguia disfarçar. Eu a olhava descaradamente! Eu queria sorrir para ela! Eu a queria comigo!
Mas ninguém nunca morou em um ônibus e veio o momento em que ela chegou a seu destino. Levantou de seu assento, caminhou até a porta que ficava na parte central do ônibus e desceu sem olhar para trás.
Horário de pico, ônibus em direção à zona oeste. Para o horário, o ônibus estava vazio. Consegui um assento ao fundo. Era um daqueles bancos individuais, feitos para que se carregue mais desolados em pé ou feito sob medida para os mal amados e ranzinzas. De qualquer forma, era eu quem estava lá.
Havia, claro, pessoas que não conseguiram se sentar. E não era por dor de cu. Simplesmente não existia sequer um banco disponível, o que é de se esperar de um ônibus da capital.
Eis que entra no veículo a estrela da história. Era uma garota jovem. Magra, mas com um belíssimo corpo. Cabelos pretos, rosto encantador e olhos maravilhosamente castanhos. Ficou em pé, logicamente. Estava de costas para mim, próxima a meu assento. Eu podia ver aquela bundinha delicada e gostosa, aquela cintura sedutora, aqueles cabelos negros... bendito seja o horário de pico!
Eu não conseguia parar de admirar aquela linda garota. Por um momento ela olhou para trás, despretensiosamente, e seus olhos encontraram os meus. Eu a olhava com os olhos de encanto ou desejo. Logo seus olhos desviaram. Voltou a olhar para frente.
Imã. Ela era feita de imã e meus olhos eram metais, vulneráveis à atração! Eu podia sentir meus olhos querendo saltar das órbitas para colar naquela beldade. De repente, como quem arranja pretexto para olhar para trás, ela virou de lado, olhou ao redor e passeou seus olhos nos meus.
Céus! Eu poderia ter me apaixonado! Ela olhou diversas vezes. Havia percebido que eu a admirava. E acreditei que ela me admirava igualmente.
O assento à minha frente esvaziou, outro banco para mal amados, assim como o meu.
Ela sentou-se ali. Oh! Já não era mais um banco de mal amados! Era recanto de beleza, trono de princesa urbana, ninho de formosura em meio ao caos da metrópole!
Sim, ela estava sentada à minha frente. Céus, eu estava sentado atrás dela! Até o trânsito congestionado sugeria nosso enlace: o ônibus parado, motor ligado, fazendo com que o veículo desse pequenos solavancos para frente e para trás, para frente e para trás, para frente e para trás...
Eu a olhava fixamente. Ela olhava pela janela, mas seus olhos sempre fugiam e, disfarçadamente, olhavam os meus.
Nós estávamos namorando. Sim, era início de namoro, tímido, desajeitado, cheio de desejo! Nossos olhos diziam isso!
De repente, sua mão direita arrumou seus cabelos e... puta que pariu! Eu vi uma aliança em seu dedo! Como ela pôde?! Ela me traiu! Tudo bem, tudo bem. Resolvi perdoá-la e continuei nosso romance.
Era noite e começava a esfriar. Ela tirou de sua mochila uma blusa rosa. Ajeitou os cabelos e começou a vestir a blusa. Eu olhava seus movimentos como se ela estivesse fazendo um strip-tease. Era um strip às avessas, mas igualmente fascinante, ao menos para mim que poderia passar o resto da noite a observando, com ou sem roupas. Ela ainda me olhava disfarçadamente.
Eu não conseguia disfarçar. Eu a olhava descaradamente! Eu queria sorrir para ela! Eu a queria comigo!
Mas ninguém nunca morou em um ônibus e veio o momento em que ela chegou a seu destino. Levantou de seu assento, caminhou até a porta que ficava na parte central do ônibus e desceu sem olhar para trás.
terça-feira, 3 de janeiro de 2012
BAGUNÇA SEXUAL
Fazer sexo usando camisinha? Quem consegue fazer sexo usando camisinha? Ninguém!
Já parou para pensar no termo “fazer sexo”? Esse termo significa “gerar cria”, “originar uma vida”, seja essa vida do sexo masculino ou feminino. Exatamente: fazer sexo!
As pessoas, na realidade, não fazem sexo usando camisinha. Elas transam. Elas fodem. Elas trepam! Isso sim é possível! Mas gerar cria usando camisinha? Jamais!
Daqui a pouco estarão falando em comer sem ingerir, pegar sem ter nas mãos, catar sem recolher...
Já parou para pensar no termo “fazer sexo”? Esse termo significa “gerar cria”, “originar uma vida”, seja essa vida do sexo masculino ou feminino. Exatamente: fazer sexo!
As pessoas, na realidade, não fazem sexo usando camisinha. Elas transam. Elas fodem. Elas trepam! Isso sim é possível! Mas gerar cria usando camisinha? Jamais!
Daqui a pouco estarão falando em comer sem ingerir, pegar sem ter nas mãos, catar sem recolher...
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