"RESQUÍCIOS DEPRESSIVOS, SUJOS E NOJENTOS" trata-se de textos onde exponho de forma irônica, metafórica, crítica e subversiva a condição humana. Esse blog pode causar estranhamento e até mesmo raiva, pois mistura o real com o fictício sem embelezamentos, indo a fundo no que o ser humano tem de pior: a ignorância, a covardia, os tormentos, a utilização da sexualidade de forma desrespeitosa, os vícios, a solidão, etc. Qualquer semelhança entre fatos e os textos aqui presentes é mera coincidência. As características do texto não representam necessariamente o ponto de vista do autor que vos escreve.

Respeite a arte! Ao reproduzir em outros lugares a obra de algum artista, cite o autor. Todos os textos aqui presentes foram escritos por Mao Punk.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

QUASE A DIALÉTICA

Não sei bem dizer se meu lugar era ali. Nem sei dizer se tenho um lugar reservado neste mundo. Aliás, à merda esse papo de “lugar reservado”! Nunca fui fã de barreiras, de coisas que me impedissem de andar livremente. De qualquer forma, por que eu permaneci ali parado?

Acontece que contigo sempre tive tantos motivos para sorrir... E acredito ainda ter! É que o riso vem tímido, como se quisesse sorrir em outros ares. Bem me lembro dos versos, aqueles versos de Vinícius... A dialética se aplica aqui. Ou quase. Mas acontece que sou feliz.

Entenda: eu sou feliz. Eu tenho em você uma parte da felicidade. Mas é uma parte, meu bem. O todo é infinito e desconheço meus próximos sorrisos. Eu só não consigo mais encontrar tantos deles em você, não mais do que aqueles já concretizados, aqueles eternizados ou aqueles risos quase apagados de quando você olha para meus escritos, relembrando o que era para ter sido e nunca foi. Nós nunca fomos um. E nunca seremos.

Mas eu estou sorrindo agora. E é por você. É por ter essa parte de felicidade que ainda se anuncia no seu jeito de me evitar, de me querer por perto a todo custo, de não saber dizer o quanto faço parte de seus desejos mais contidos. E enquanto conversamos, meu bem, isso tudo nos traz a sensação de que nos completamos. E nos completamos como duas peças de um quebra-cabeça de um milhão de peças.

Mas me deixe agora! Apenas deixe que eu respire a possibilidade de outras entregas! Sei bem que está ocupada, meu bem. E sei que te trouxeram mais risos do que um dia eu poderia te dar. E está tudo bem.

Eu sei que você me quer. É bobagem, você bem sabe. Sou apenas uma parte da felicidade. O todo é infinito e você desconhece seus próximos sorrisos.

Só não se esqueça de que os versos também são infinitos. No mais, que a dialética não seja a poesia de sua vida.


sábado, 1 de junho de 2013

O QUE É SAUDADE?

Às vezes eu penso no que é saudade.
Talvez seja só o sentimento absurdo de manter a mente no que não existe.

terça-feira, 28 de maio de 2013

A ANARQUIA DO SENTIR

Somos livres no que nos concerne ao arbítrio. Mais livres são nossos sentimentos. E, desconhecendo tanto um fato quanto o outro, seguimos para uma prisão de nós e de tudo.

Ignorando a aceitação de nós mesmos, desacreditamos de tudo aquilo que existe de mais real: o sentir. O resto, todo o resto, é apenas a criação cômoda do não aventurar-se.

Desconhecemos, assim, a liberdade. E já não podemos libertar ninguém! Para dar liberdade é preciso reconhecer que sentimentos são livres. E quando não o reconhecemos, tornamos por aprisionar o princípio da liberdade.

A liberdade implica em reflexão. Eis o nosso maior medo: e se descobrirmos, através da reflexão, que essas fortalezas de concreto, essas celas, essas regras, esses hábitos e imposições nada mais são do que a mão que cala nossa alma? E se descobrirmos que estamos limitando o próximo de expressar o que está impresso dentro de si? E se descobrirmos que nem tudo é como queremos, mas que temos a possibilidade de criar infinitos caminhos?

Somos livres! Só precisamos descobrir o que já está declarado.



domingo, 12 de maio de 2013

COMETAS


Pessoas interessantes são raras. São cometas! Aparecem com enorme intervalo de tempo e sua aparição é rápida! E quando isso ocorre, apenas aguçam nossos sentidos, mas estão longe de nosso alcance.

Há quem tem a sorte de capturar cometas. Até hoje apenas admirei. Ainda assim, que belo espetáculo esses cometas nos trazem!

Estou certo de que avistei um cometa em minha janela.

Enquanto isso, minha mente voa mais alto que os cometas no céu...

domingo, 3 de fevereiro de 2013

DELÍRIO

Não era ela. Mas eu a vi naqueles cabelos, naqueles olhos, naquela boca... E, ingenuamente, desejei aquela figura da mesma forma. No entanto, eu bem sei que desejei aqueles cabelos, aqueles olhos, aquela boca não por serem os cabelos, os olhos e boca de quem realmente eram, mas porque neles eu a vi.

Eu a vi isenta de minha existência, como se a vida pudesse nos reapresentar, como se houvesse uma nova chance. Como se...

Não era ela. Jamais poderia ser! Nem sequer poderia eu sentir o mesmo desejo! Aquele desejo que despontou foi apenas o que ainda possuo, o que nunca passou, o que ainda me faz apaixonado.

Não era ela. Mas adoraria provar de seus lábios e, em um único beijo, entregar-me às duas.