"RESQUÍCIOS DEPRESSIVOS, SUJOS E NOJENTOS" trata-se de textos onde exponho de forma irônica, metafórica, crítica e subversiva a condição humana. Esse blog pode causar estranhamento e até mesmo raiva, pois mistura o real com o fictício sem embelezamentos, indo a fundo no que o ser humano tem de pior: a ignorância, a covardia, os tormentos, a utilização da sexualidade de forma desrespeitosa, os vícios, a solidão, etc. Qualquer semelhança entre fatos e os textos aqui presentes é mera coincidência. As características do texto não representam necessariamente o ponto de vista do autor que vos escreve.

Respeite a arte! Ao reproduzir em outros lugares a obra de algum artista, cite o autor. Todos os textos aqui presentes foram escritos por Mao Punk.

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

PLASTICIDADE, EIS TEU MUNDO!

Aos catorze anos, possuía um hábito estranho. Adorava a coleção de bonecas de sua irmã mais velha, de vinte anos. Mas não porque ele brincava com elas – por certo que nisso não haveria nada de estranho –, mas sim porque ele tinha atração por elas.

Sua irmã cuidava muito bem daquelas bonecas e tinha um cuidado todo especial com seus cabelos lisos e brilhosos. Penteava, com a pequena escova para bonecas, aqueles fios, diariamente, antes de dormir. Sua coleção era seu mimo, lembranças de sua infância.

Durante a tarde ela trabalhava como recepcionista em um escritório de uma empresa de produtos de barbear. Ele estudava em uma escola pela manhã e durante a tarde ficava sozinho em casa, pois seus pais também ficavam fora.

A televisão o entretinha durante um bom tempo. Gostava daqueles programas estúpidos com dançarinas ou assistentes de palco, principalmente se elas eram magras, loiras, de cintura fina. Gostava, mas, de todo modo, elas não despertavam nele qualquer outra emoção que não servisse unicamente como incentivo para lembranças de algo que ele julgava melhor: as bonecas de sua irmã.

Aquelas dançarinas e assistentes no fundo eram tão sem graça! O que nelas aparentemente era atraente simplesmente assim o era pela semelhança com as bonecas, mas nada que chegasse perto da beleza perfeitamente plastificada de suas musas de aproximadamente vinte centímetros.

Instigava-se e corria para o quarto de sua irmã, onde podia encontrar as bonecas desimpedidas, livres, convidativas. Já sabia como tirar a roupa de cada uma delas e colocá-las de novo, sem que aparentasse que alguém tivesse mexido.

Ele tirava as roupas das bonecas, reservava os pequenos paninhos em cima da cama, ia até o banheiro com as bonecas desnudas e esfregava-as em seu pau, em um ato de entrega vital. Sabia muito bem que sua irmã não podia sequer desconfiar desse hábito, portanto tomava muito cuidado com os cabelos. Não poderia jamais gozar nos cabelos! Aqueles fios não podiam molhar, pois certamente estragaria todo o cuidado que sua dona teve até então com seus penteados escorridos. Enquanto a porra ficasse só pelo corpo, não haveria problema, pois água, sabonete e esponja resolviam bem o problema. Depois, poderia ainda pentear as bonecas novamente no momento de guardá-las em seu lugar, o que normalmente fazia.

Todo dia realizava a mesma coisa. Gostava de gozar em cima dos peitos durinhos. Tinha certeza que garota alguma poderia ter peitos tão firmes! Sempre tomava cuidado com os cabelos, segurava-os para cima, com a palma da mão esquerda, enquanto a direita segurava simultaneamente a boneca e o pau.

Sempre escolhia uma delas para receber a homenagem principal. Dessa vez escolheu a mais lisinha – provavelmente a última a entrar para a coleção. Sentia-se uma criança satisfeita e acelerou seu movimento contemplativo como jamais fizera antes! E, no ápice de sua atividade recreativa, acabou gozando mais ansioso do que de costume e seu jato adentrou os belos fios loiros de cabelo de sua parceira, que certamente não estaria nada satisfeita se fosse uma parceira real.

“Caralho! Caralho!”, exclamou com pavor! Começou a chorar incontrolavelmente. Tentou lavá-la a medida do possível, mas aquela porra parecia chiclete! Algum resto de sêmen, em pequeninos pedaços, não saiu com a rápida lavagem feita pelo garoto assustado. Em seu temor e apreensão, recolheu rapidamente as bonecas e nem sequer conseguiu vesti-las ou penteá-las direito.

Agora aquela boneca que houvera escolhido como parceira sexual parecia ter seborreia. Certamente seria mais difícil para a dona penteá-la esta noite.

Sua irmã não percebeu as coisas fora do comum, certamente pelo cansaço arrebatador. Pensou apenas que havia se esquecido de pentear a boneca no dia anterior, por isso aquele cabelo estava estranho. O que seriam aquelas sujeiras ao longo dos fios? Não gastou muito tempo pensando nisso. Estava cansada demais para refletir sobre banalidades. Mas achou estranho as roupas estarem tão tortas. Dormiu um sono profundo.

Ele, por sua vez, não conseguiu dormir. Não mais assistiu à televisão durante as tardes. E pensou que talvez peitos carnudos não fossem tão ruins quanto supunha.