tag:blogger.com,1999:blog-51846145523983520312024-03-13T22:59:54.707-03:00RESQUÍCIOS DEPRESSIVOS, SUJOS E NOJENTOSPor Mao Punk: NÃO ACONSELHADO A PURITANOS!
Aqui estão meus textos que expõem a fragilidade e indecência humanas, onde o real se mistura com o fictício. Muitos dos textos aqui presentes podem ofender por expor o lado mais indesejável dos seres humanos. Palavrões, conotações sexuais e violência são frequentes. Não leia se isso não te agrada. Boa leitura.Mao Punkhttp://www.blogger.com/profile/08856673634040975774noreply@blogger.comBlogger72125tag:blogger.com,1999:blog-5184614552398352031.post-46353109818677648702017-11-18T20:51:00.002-02:002019-01-29T17:31:15.060-02:00O ENSAIO DAS DERROTAS<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<span style="font-family: "calibri";">O encontro entre a beleza que
minha mente cria e meus anseios que não a alcançam, em um primeiro momento,
deixa-me frustrado. Eu lamento os desejos que me brotam com uma fúria estúpida
e ingênua. Eu sei o quanto meus anseios são incapazes de atingir o que quero.
Via de regra, o que quero é excessivamente inalcançável.</span><br />
<br />
<span style="font-family: "calibri";">Em um segundo momento, retomo
minha história. Repenso sobre o enorme acervo de derrotas que possuo. As mais
longínquas que a mente consegue recordar pareciam mais graves no momento em que
se procederam. O peso das derrotas subsequentes tornou-as mesquinhas. <span style="margin: 0px;"> </span>O montante de derrotas sequer me pesa as
toneladas que possui! Tornei-me mais preparado, mais treinado, mais insensível.
</span><br />
<br />
<div style="margin: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: "calibri";">Recolho-me, então, à
insignificância de minha existência. Recolho-me às minhas carências afetivas – não,
não –, digo, às minhas carências emocionais. Recolho-me aos fatos, às amarguras
tão minhas, à vida como ela me é. </span></div>
<br />
<div style="margin: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: "calibri";">Eu não me aceito. Aceito que
não posso me aceitar. Eu nunca pude. E aceito que as coisas andam bem. Eu estou
caminhando. Eu estou sentindo o vento. Eu estou comigo, como ninguém jamais
poderia. </span></div>
<br />
<div style="margin: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: "calibri";">Reflito sobre as consequências
de se alcançar o que se quer. Nada é infinito. Será que perder é pior do que
nunca ter? Sinto-me privilegiado pelas rasteiras da vida enquanto eu ainda
estava rastejando em desejos tão pueris. <span style="margin: 0px;"> </span>Eu rio da cara da vida, que em golpes tão
baixos não conseguiu ter mais baixeza que eu.</span></div>
<br />
<div style="margin: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: "calibri";">Eu estou fodendo com minha má
sorte. Hoje o azar não conseguiu me atingir. Eu estou fodendo com minha má
sorte e gozando neste azar incapaz! </span></div>
<br />
<div style="margin: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: "calibri";">Não há cigarros para quem não
fuma. Eu trago minha desgraça e sopro ao vento a poesia. </span></div>
<b></b><i></i><u></u><sub></sub><sup></sup><strike></strike><span style="font-family: "calibri";"></span></div>
Mao Punkhttp://www.blogger.com/profile/08856673634040975774noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5184614552398352031.post-26712535367660073092017-02-19T17:45:00.003-03:002017-02-19T17:46:33.304-03:00REFLEXÃO SOBRE IMPORTÂNCIAS<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
Eu pensei que estivesse finalmente superando meus apegos. Eu pensei que, dessa vez, eu tivesse dado um passo largo, muito largo. Eu pensei que eu havia compreendido o fim dos momentos idealizados, das coisas jamais vividas que me acompanham em pensamentos...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O que é “importância”? Algo só pode ser importante quando, de fato, está em contato com nossa vida, moldando nossa forma de lidar. De acordo com o dicionário Michaelis da Língua Portuguesa:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Importante – im·por·tan·te – adj m+f</div>
<div style="text-align: justify;">
1 Que tem importância.</div>
<div style="text-align: justify;">
2 Que não se pode esquecer ou deixar de atender.</div>
<div style="text-align: justify;">
3 Digno de apreço, de estima, de consideração.</div>
<div style="text-align: justify;">
4 Que tem grande credibilidade; que exerce notável influência.</div>
<div style="text-align: justify;">
5 Que tem muito valor ou preço notável.</div>
<div style="text-align: justify;">
6 Que resulta em proveito ou interesse; que se pode prestar a determinado fim; proficiente, útil, vantajoso.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Em meio a necessidade de me atualizar em meu próprio tempo, observando que não sou mais quem eu fui a anos atrás, percebendo o grande apego em coisas que ficaram no passado, questionei-me sobre coisas que são importantes para mim.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Das definições do nosso amigo dicionário, sempre me apeguei às numeradas de 1 a 5. De fato, coisas que aconteceram na minha vida são consideradas importantes por eu não conseguir esquecer, por serem dignas de grande estima, por toda a influência que exercem na minha forma de lidar com as coisas, por todo o valor indescritível que carregam...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Considerei uma das coisas mais importantes da minha vida algo que por longos anos influenciou e moldou minha forma de lidar com tudo ao meu redor. E isso porque, por longos momentos, isso esteve diretamente ligado às minhas dúvidas, aos meus anseios, ao único sonho que tive na vida, à sensação de troca, às expectativas mais emocionantes que já pude sentir... Mas os tempos mudaram e demorei para entender que a vida segue por caminhos nem sempre aguardados.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Importante – im·por·tan·te – adj m+f</div>
<div style="text-align: justify;">
6 Que resulta em proveito ou interesse; que se pode prestar a determinado fim; proficiente, útil, vantajoso.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E então me dei conta de que aquilo que considero uma das coisas mais importantes da minha vida já não resulta em proveito, já não dialoga com as necessidades que carrego hoje em dia, já não é vantajosa para mim que, em meio a tantas mudanças, preciso respirar um ar totalmente renovado, que encha de proveito e utilidade prática e constante. Novos ares!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Essa descoberta doeu. Dói admitir que aquilo que consideramos importante não dialoga com as nossas necessidades atuais. Dói, porque o apego ainda existe. E não há absolutamente nada que se possa fazer a respeito.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
No entanto, de certa forma, quando me dei conta disso, foi libertador. Essa era a luz no fim do túnel, o outro lado da ponte. Admitindo que essa importância não dialoga com minhas necessidades atuais e que, portanto, não resulta em proveito ou vantagem, ficaria mais fácil de seguir e considerar o desapego.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu considerei o desapego. E que fique claro: o desapego não exclui o amor. O amor é algo que vai além, que não enfraquece, que apenas é reafirmado a cada dificuldade, barreira ou descoberta. O amor é a força mais potente que existe e nem mesmo essas descobertas são capazes de abalar, ferir ou marcar o amor. E eu não mudaria absolutamente NADA do amor que sinto. E intacto ele permanece.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas amor também é libertar e saber se libertar. É soprar pétalas ao vento e saber que as pétalas ainda serão pétalas quando alcançarem outros lugares, embora não estejam mais visíveis aos olhos, embora não estejam mais presentes ao toque...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A pétala que amo me perfumou a mão. E isso foi importante. A pétala já não pode fazer nada por mim. Sua importância se conjuga no passado. A pétala que amo foi levada pelo vento. E eu a amo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ah, esse é o raciocínio do desapego! Eu podia ver o outro lado! Eu juro que podia, mesmo que através de grossa neblina...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas hoje eu sonhei com o teu abraço e acordei com perfume de pétala.</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
</div>
Mao Punkhttp://www.blogger.com/profile/08856673634040975774noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5184614552398352031.post-56529717046929476482016-10-07T17:06:00.003-03:002016-10-07T22:50:42.595-03:00AS CANÇÕES EM MEUS OUVIDOS<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
As pessoas se sentem mal ao
escutar canções de sofrimento, de dor, de paixões perdidas, de amores
impossíveis. Eu não. Eu me sinto mal quando eu escuto as canções de amores
correspondidos, de paixões compartilhadas, de felicidades mútuas… Essas, sim,
me doem!</div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
E me doem porque, quando eu as
escuto, elas não dizem absolutamente nada sobre mim, embora eu pense em você. E
por isso me dói tanto! Porque enquanto eu ouço essas canções, essas letras
intensas, essas declarações musicais, imagino você as escutando e pensando no
grande amor da sua vida. E não sou eu. </div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Nas estrofes e rimas felizes
de corpos unidos, de lábios grudados, de entrega de alma, nunca fui eu. Nunca serei
eu. Eu não sou uma música. Eu sou o chiado, o ruído no rádio, o risco no disco,
a interferência. Eu não sou som que valha os quatro minutos de uma música. Eu
não valho o pensamento que acontece enquanto a música toca. Eu não emito o som
que eu queria em seu coração.</div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
E é isso. Que você possa escutar
essas músicas deitada com quem você ama. Que possa escutá-las pelas ruas
lembrando e sentindo o quanto esse amor faz parte de você, o quanto vocês se
completam, o quanto é eterno, o quanto você espera reviver esse momento e o
quanto espera aqueles beijos, aqueles abraços, o sexo cheio de desejo, a
entrega cheia de amor… Que possa escutar essas músicas e sentir que foram
feitas para vocês. E quando eu as escutar, terei certeza que, à parte de minha
dor, você merece essas canções em seus ouvidos.</div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
Mao Punkhttp://www.blogger.com/profile/08856673634040975774noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5184614552398352031.post-15049224297698203772016-01-03T00:13:00.001-02:002016-01-09T11:14:18.137-02:00PIMENTA NA MÃO DOS OUTROS<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Com gentileza, ela pediu que
lhe passasse o molho de pimenta:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
- Por favor, você poderia me
passar a pimenta depois de usar?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Assim que terminou de usar, ele
colocou o frasco do molho sobre a mesa.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
- Você não escutou o que eu
disse?! – Perguntou indignada – Ei! A pimenta!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
- Desculpa! Aqui está – Ele pegou
novamente o frasco e estendeu a mão a ela.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Sem que ela colocasse uma gota
sequer do molho em seu lanche, bateu o frasco com certa força na mesa e
reclamou: <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
- Será que você não presta
atenção em nada? Que saco! É mais fácil comer sozinha do que comer com você,
porque pelo menos teria um galheteiro com tudo o que eu quero à minha
disposição. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
- Você está falando sério? – Perguntou
ele em um tom calmo, porém desconfiado.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
- Não, não! Estou mentindo!
Não existem galheteiros na porra de nenhuma lanchonete. – Disse ela em tom
irônico – O que você acha? Pareço estar brincando com você?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
- Céus! Você nunca falou assim
comigo! Eu não acredito que você se irritou por conta de um frasco de molho de
pimenta! <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
- Não é a merda do frasco,
cacete! É você!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
- Eu?! Você não pode estar
falando sério! O que está acontecendo? Estou espantado com sua atitude!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
- Eu não aguento mais! É muita
coisa para eu aguentar! – O tom dessa vez pareceu, de certa forma, desesperado.
Ele segurou suas mãos com força. Indagou:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
- O que você tem que aguentar?
Fala para mim. Sabe que estou aqui para ajudar no que for preciso. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br />
Com a mão direita ela apanhou
o copo de suco, enquanto a mão esquerda permanecia segurando a mão dele com
força. Deu um ou dois grandes goles.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
- Não, não é nada. Esquece. É
que... – Olhou nos olhos dele por três segundos, depois disso desviou o olhar.
Não suportou o olhar seguro que ele transparecia, aquele olhar firme, decidido,
tomado de razão e sentimento. Vagarosamente ele soltou sua mão esquerda.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
- Eu entendo. Eu entendo... –
Lamentou-se ele.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Com a mão esquerda trêmula, ela
apanhou novamente o frasco do molho de pimenta e deixou-o cair ao chão. O
frasco quebrou-se em pedaços. Nada mais poderia ser aproveitado.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Após segundos eternos de
silêncio, os dois, com olhos marejados, perguntaram um ao outro:</div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
- E a conta, quem é que paga?</div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
</div>
Mao Punkhttp://www.blogger.com/profile/08856673634040975774noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5184614552398352031.post-77363655063494785612015-07-29T21:11:00.001-03:002015-07-30T12:52:21.207-03:00ITINERÁRIO ERRANTE
Cara fechada. Ela estava com a cara fechada, como se o dia tivesse sido uma bosta. Talvez porque estivesse no ônibus, em horário de pico. Mas acontece que ela estava sentada, o que já era motivo para não estar de mau humor. Aliás, estava sentada e muito bem acomodada, com as pernas bem esticadas, em direção ao banco que ficava de frente para o seu. Eram aqueles bancos em que as pessoas se sentam e ficam, de forma bem constrangedora, de frente para outras. Ela esticava as pernas em direção ao assento a meu lado. <br /><br />
Seu rosto não é o que chamariam de espetacular. Para mim era um rosto muito lindo! Grandes olhos expressivos. Rosto fechado, combinando com seus trajes sérios. Ela trajava preto: botas de feltro - ou algo que o valha - pretas, calça preta, blusa de frio preta. E, combinando com o contraste entre seu humor fechado e aquela beleza aberta em seu rosto, suas unhas estavam pintadas de branco. Carregava uma bolsa rosa-bebê. Acho que a bolsa era o que mais estava em desacordo, mas por favor, não pense que sou algum consultor de moda ou blogueiro teen. São apenas observações que, confesso, não têm qualquer importância.<br /><br />
As pernas esticadas em direção ao assento a meu lado. Céus, como eu queria que fosse em direção a mim! Aquele semblante fechado, aqueles olhos expressivos. Quisera eu aqueles olhos fixados no meu olhar, com uma expressão de quem me pede para tirá-la do sério! Mas são apenas perversões de minha mente. Em minha mente, aquele ônibus já tinha se transformado em um motel público itinerante e nenhum semáforo poderia nos impedir de avançar os sinais de nossos corpos.<br /><br />
Imaginei como seria se o ônibus fosse realmente um grande bacanal, um antro das perversões mais absurdas. Ler-se-ia no letreiro: "Largo das Delícias", e alguém no ponto de ônibus estaria esperando o "Apertado dos Prazeres", porque o largo não dá tanto tesão quanto o apertado. Pagar transporte? Só se fosse pagando boquete ou umas linguadas bem dadas. Se todos os assentos estivessem ocupados, poder-se-ia sentar no colo dos outros. Assento preferencial: escolha o tamanho mais apropriado! Ou apenas um assento longe de falos. Por certo que falos pervertidos já existem aos montes em qualquer transporte público. E, com certeza, isso é totalmente dispensável!<br /><br />
Percebi que todo esse pensamento era a coisa mais ridícula e broxante. Talvez servisse como roteiro para algum filme pornô estúpido, para que fetichistas - tão estúpidos quanto - pudessem se esbaldar batendo punheta. Absolutamente deprimente!<br /><br />
A moça de semblante sério continuava bem à vontade, trajando preto. Acho que era luto pela morte da minha sanidade mental. Ela me chamava a atenção. Ela realmente me chamava a atenção!<br /><br />
De forma alguma queria que aquele ônibus fosse um motel itinerante! Eu apenas gostaria que ela não descesse do ônibus enquanto eu estivesse lá. Foi uma excelente companhia! <br /><br />
Quem foi que disse que a solidão não faz bons contatos? Ainda que fantasiosos, são ótimos contatos!<br /><br />
Mao Punkhttp://www.blogger.com/profile/08856673634040975774noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5184614552398352031.post-71136384434064754202015-03-02T23:49:00.003-03:002015-03-02T23:49:28.361-03:00EM CURSO- Olá! Eu desejo pegar meu diploma de idiota.<br />
- Seu nome?<br />
- (...)<br />
- Ok, (...)! Deixe-me verificar... Olha, para mim consta aqui que você ainda não concluiu.<br />
- Então será que posso trancar o curso?<br />
<div>
<br /></div>
Mao Punkhttp://www.blogger.com/profile/08856673634040975774noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5184614552398352031.post-20180797461992486652014-08-16T19:33:00.002-03:002014-08-16T19:33:34.596-03:00PROPOSTA- Já sabe em quem vai votar esse ano?<br />
<br />
- Não votarei em ninguém.<br />
<br />
- Como assim?! Não vai me dizer que vai anular o voto, né?<br />
<br />
- E por que não? Eu não acredito em nenhum político, não.<br />
<br />
- Aff... que bitolação! Então o que você propõe?<br />
<br />
- Eu proponho que você se foda.<br />
<br />
<br />
<br />Mao Punkhttp://www.blogger.com/profile/08856673634040975774noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5184614552398352031.post-84966386364513788802014-06-03T23:56:00.004-03:002014-06-03T23:56:44.628-03:00A CONFISSÃO- Eu te amo, amor! Você é o homem que sempre sonhei!<br /><br />- Eu... Eu também te amo. E...<br /><br />- O que foi, amor? Tá tudo bem?<br /><br />- Sim... Sim. É... tá tudo bem...<br /><br />- Sua voz, seu tom. Cê tá estranho. Tem certeza que tá bem? Aconteceu alguma coisa?<br /><br />- Tô bem, sim... eu só...<br /><br />- Só...?<br /><br />- É que... Olha, eu preciso te contar uma coisa!<br /><br />- Contar uma coisa? Não brinca comigo, amor! O que houve? Fala logo!<br /><br />- Calma! CALMA, POXA! Eu vou falar... é que... é que é difícil ter que te contar isso...<br /><br />- O que você fez?!!!<br /><br />- CALMA! Por favor, céus! Tenta ser compreensiva! Não é fácil ter que te falar isso! Poxa... Céus! Como começar?<br /><br />- Comece de qualquer jeito! Mas me conta agora o que tá acontecendo!!!<br /><br />- Poxa, amor! Você sabe que te amo! E sabe que o que estamos vivendo é intenso, é forte, é real! Eu nunca me senti assim antes e tudo o que vivemos sempre me fez muito bem, mas...<br /><br />- Mas o quê? Se tá tudo bem entre a gente, qual é o problema então? O que você tá escondendo de mim? O que eu fiz pra você?<br /><br />- NADA, AMOR! Por favor, você não me fez nada! Não tem nenhum problema com você!<br /><br />- Ah, claro! Agora você vai dizer que o problema não é comigo, é com você mesmo! Você não me quer mais? É isso? <br /><br />- Não fala isso, poxa! Eu te quero! Sempre te quis! E acho que sempre vou te querer! SEMPRE! Mas as coisas não são tão simples assim. E eu sinto que preciso te contar isso, senão não posso ficar em paz comigo mesmo. <br /><br />- Chega! Eu não aguento mais! O que você tem pra me contar?<br /><br />- Amor... EU SOU POETA!<br /><br />Mao Punkhttp://www.blogger.com/profile/08856673634040975774noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5184614552398352031.post-35191978990703875062014-01-04T01:51:00.001-02:002014-01-04T01:51:20.510-02:00EXPECTATIVAS PARA A PUTA QUE PARIU<div class="MsoNormal">
E descobriu-se que expectativas são desnecessárias. A
ansiedade que surge em um momento é um sinal para que o momento seja vivido, para
que tudo seja expresso naquele mesmo instante. Criar expectativas é tentar adiar
erroneamente um momento inadiável.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
Mao Punkhttp://www.blogger.com/profile/08856673634040975774noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5184614552398352031.post-88260910787649096532013-12-10T18:33:00.003-02:002013-12-10T18:38:58.324-02:00QUASE A DIALÉTICA<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Não sei bem dizer se meu lugar
era ali. Nem sei dizer se tenho um lugar reservado neste mundo. Aliás, à merda
esse papo de “lugar reservado”! Nunca fui fã de barreiras, de coisas que me
impedissem de andar livremente. De qualquer forma, por que eu permaneci ali parado?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Acontece que contigo sempre
tive tantos motivos para sorrir... E acredito ainda ter! É que o riso vem
tímido, como se quisesse sorrir em outros ares. Bem me lembro dos versos,
aqueles versos de Vinícius... A dialética se aplica aqui. Ou quase. Mas
acontece que sou feliz.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Entenda: eu sou feliz. Eu tenho
em você uma parte da felicidade. Mas é uma parte, meu bem. O todo é infinito e
desconheço meus próximos sorrisos. Eu só não consigo mais encontrar tantos
deles em você, não mais do que aqueles já concretizados, aqueles eternizados ou
aqueles risos quase apagados de quando você olha para meus escritos,
relembrando o que era para ter sido e nunca foi. Nós nunca fomos um. E nunca
seremos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Mas eu estou sorrindo agora. E
é por você. É por ter essa parte de felicidade que ainda se anuncia no seu
jeito de me evitar, de me querer por perto a todo custo, de não saber dizer o
quanto faço parte de seus desejos mais contidos. E enquanto conversamos, meu
bem, isso tudo nos traz a sensação de que nos completamos. E nos completamos
como duas peças de um quebra-cabeça de um milhão de peças. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Mas me deixe agora! Apenas
deixe que eu respire a possibilidade de outras entregas! Sei bem que está
ocupada, meu bem. E sei que te trouxeram mais risos do que um dia eu poderia te
dar. E está tudo bem.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Eu sei que você me quer. É
bobagem, você bem sabe. Sou apenas uma parte da felicidade. O todo é infinito e
você desconhece seus próximos sorrisos. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Só não se esqueça de que os versos
também são infinitos. No mais, que a dialética não seja a poesia de sua vida.</div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
Mao Punkhttp://www.blogger.com/profile/08856673634040975774noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5184614552398352031.post-50450942534758151442013-06-16T19:06:00.004-03:002013-06-16T19:06:30.262-03:00A PADARIA DA REVOLUÇÃOLá fomos nós atrás de sonhos. Só encontramos bombas.Mao Punkhttp://www.blogger.com/profile/08856673634040975774noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5184614552398352031.post-61252299457186360272013-06-01T11:37:00.002-03:002013-06-01T11:37:51.330-03:00O QUE É SAUDADE?Às vezes eu penso no que é saudade.<br />
Talvez seja só o sentimento absurdo de manter a mente no que não existe.Mao Punkhttp://www.blogger.com/profile/08856673634040975774noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5184614552398352031.post-51998406227765173912013-05-28T11:26:00.000-03:002013-05-28T11:26:21.451-03:00A ANARQUIA DO SENTIRSomos livres no que nos concerne ao arbítrio. Mais livres são nossos sentimentos. E, desconhecendo tanto um fato quanto o outro, seguimos para uma prisão de nós e de tudo.<br />
<br />
Ignorando a aceitação de nós mesmos, desacreditamos de tudo aquilo que existe de mais real: o sentir. O resto, todo o resto, é apenas a criação cômoda do não aventurar-se.<br />
<br />
Desconhecemos, assim, a liberdade. E já não podemos libertar ninguém! Para dar liberdade é preciso reconhecer que sentimentos são livres. E quando não o reconhecemos, tornamos por aprisionar o princípio da liberdade.<br />
<br />
A liberdade implica em reflexão. Eis o nosso maior medo: e se descobrirmos, através da reflexão, que essas fortalezas de concreto, essas celas, essas regras, esses hábitos e imposições nada mais são do que a mão que cala nossa alma? E se descobrirmos que estamos limitando o próximo de expressar o que está impresso dentro de si? E se descobrirmos que nem tudo é como queremos, mas que temos a possibilidade de criar infinitos caminhos?<br />
<br />
Somos livres! Só precisamos descobrir o que já está declarado.<br />
<br />
<br />
<div>
<br /></div>
Mao Punkhttp://www.blogger.com/profile/08856673634040975774noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5184614552398352031.post-50811239876673229922013-05-12T22:12:00.003-03:002013-05-12T22:12:52.342-03:00COMETAS<br />
Pessoas interessantes são raras. São cometas! Aparecem com enorme intervalo de tempo e sua aparição é rápida! E quando isso ocorre, apenas aguçam nossos sentidos, mas estão longe de nosso alcance.<br />
<br />
Há quem tem a sorte de capturar cometas. Até hoje apenas admirei. Ainda assim, que belo espetáculo esses cometas nos trazem!<br />
<br />
Estou certo de que avistei um cometa em minha janela.<br /><br />Enquanto isso, minha mente voa mais alto que os cometas no céu...<br />
Mao Punkhttp://www.blogger.com/profile/08856673634040975774noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5184614552398352031.post-19635208327592188252013-02-03T13:05:00.001-02:002013-02-03T13:05:46.465-02:00DELÍRIONão era ela. Mas eu a vi naqueles cabelos, naqueles olhos, naquela boca... E, ingenuamente, desejei aquela figura da mesma forma. No entanto, eu bem sei que desejei aqueles cabelos, aqueles olhos, aquela boca não por serem os cabelos, os olhos e boca de quem realmente eram, mas porque neles eu a vi.<br />
<br />
Eu a vi isenta de minha existência, como se a vida pudesse nos reapresentar, como se houvesse uma nova chance. Como se...<br />
<br />
Não era ela. Jamais poderia ser! Nem sequer poderia eu sentir o mesmo desejo! Aquele desejo que despontou foi apenas o que ainda possuo, o que nunca passou, o que ainda me faz apaixonado.<br />
<br />
Não era ela. Mas adoraria provar de seus lábios e, em um único beijo, entregar-me às duas.<br />
<br />
<br />Mao Punkhttp://www.blogger.com/profile/08856673634040975774noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5184614552398352031.post-25348103051880402282012-12-25T23:29:00.001-02:002014-07-08T16:01:22.123-03:00PLASTICIDADE, EIS TEU MUNDO!Aos catorze anos, possuía um hábito estranho. Adorava a coleção de bonecas de sua irmã mais velha, de vinte anos. Mas não porque ele brincava com elas – por certo que nisso não haveria nada de estranho –, mas sim porque ele tinha atração por elas.<br />
<br />
Sua irmã cuidava muito bem daquelas bonecas e tinha um cuidado todo especial com seus cabelos lisos e brilhosos. Penteava, com a pequena escova para bonecas, aqueles fios, diariamente, antes de dormir. Sua coleção era seu mimo, lembranças de sua infância.<br />
<br />
Durante a tarde ela trabalhava como recepcionista em um escritório de uma empresa de produtos de barbear. Ele estudava em uma escola pela manhã e durante a tarde ficava sozinho em casa, pois seus pais também ficavam fora.<br />
<br />
A televisão o entretinha durante um bom tempo. Gostava daqueles programas estúpidos com dançarinas ou assistentes de palco, principalmente se elas eram magras, loiras, de cintura fina. Gostava, mas, de todo modo, elas não despertavam nele qualquer outra emoção que não servisse unicamente como incentivo para lembranças de algo que ele julgava melhor: as bonecas de sua irmã.<br />
<br />
Aquelas dançarinas e assistentes no fundo eram tão sem graça! O que nelas aparentemente era atraente simplesmente assim o era pela semelhança com as bonecas, mas nada que chegasse perto da beleza perfeitamente plastificada de suas musas de aproximadamente vinte centímetros.<br />
<br />
Instigava-se e corria para o quarto de sua irmã, onde podia encontrar as bonecas desimpedidas, livres, convidativas. Já sabia como tirar a roupa de cada uma delas e colocá-las de novo, sem que aparentasse que alguém tivesse mexido.<br />
<br />
Ele tirava as roupas das bonecas, reservava os pequenos paninhos em cima da cama, ia até o banheiro com as bonecas desnudas e esfregava-as em seu pau, em um ato de entrega vital. Sabia muito bem que sua irmã não podia sequer desconfiar desse hábito, portanto tomava muito cuidado com os cabelos. Não poderia jamais gozar nos cabelos! Aqueles fios não podiam molhar, pois certamente estragaria todo o cuidado que sua dona teve até então com seus penteados escorridos. Enquanto a porra ficasse só pelo corpo, não haveria problema, pois água, sabonete e esponja resolviam bem o problema. Depois, poderia ainda pentear as bonecas novamente no momento de guardá-las em seu lugar, o que normalmente fazia.<br />
<br />
Todo dia realizava a mesma coisa. Gostava de gozar em cima dos peitos durinhos. Tinha certeza que garota alguma poderia ter peitos tão firmes! Sempre tomava cuidado com os cabelos, segurava-os para cima, com a palma da mão esquerda, enquanto a direita segurava simultaneamente a boneca e o pau.<br />
<br />
Sempre escolhia uma delas para receber a homenagem principal. Dessa vez escolheu a mais lisinha – provavelmente a última a entrar para a coleção. Sentia-se uma criança satisfeita e acelerou seu movimento contemplativo como jamais fizera antes! E, no ápice de sua atividade recreativa, acabou gozando mais ansioso do que de costume e seu jato adentrou os belos fios loiros de cabelo de sua parceira, que certamente não estaria nada satisfeita se fosse uma parceira real.<br />
<br />
“Caralho! Caralho!”, exclamou com pavor! Começou a chorar incontrolavelmente. Tentou lavá-la a medida do possível, mas aquela porra parecia chiclete! Algum resto de sêmen, em pequeninos pedaços, não saiu com a rápida lavagem feita pelo garoto assustado. Em seu temor e apreensão, recolheu rapidamente as bonecas e nem sequer conseguiu vesti-las ou penteá-las direito.<br />
<br />
Agora aquela boneca que houvera escolhido como parceira sexual parecia ter seborreia. Certamente seria mais difícil para a dona penteá-la esta noite.<br />
<br />
Sua irmã não percebeu as coisas fora do comum, certamente pelo cansaço arrebatador. Pensou apenas que havia se esquecido de pentear a boneca no dia anterior, por isso aquele cabelo estava estranho. O que seriam aquelas sujeiras ao longo dos fios? Não gastou muito tempo pensando nisso. Estava cansada demais para refletir sobre banalidades. Mas achou estranho as roupas estarem tão tortas. Dormiu um sono profundo.<br />
<br />
Ele, por sua vez, não conseguiu dormir. Não mais assistiu à televisão durante as tardes. E pensou que talvez peitos carnudos não fossem tão ruins quanto supunha.<br />
<br />
<br />Mao Punkhttp://www.blogger.com/profile/08856673634040975774noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5184614552398352031.post-48720947870582368162012-10-29T21:16:00.002-02:002012-10-29T21:16:17.728-02:00AMOR, MEU AMOR...Voltava do trabalho. Você sabe, trabalho é estresse, rotina. É, até mesmo, engrenagem para mover o pensamento de que a vida fora dele é uma bosta: “Que grande merda trabalhar e não ganhar nada! Mas tudo bem, chegarei em casa e descansarei. Não, não. Espere! Tenho afazeres. E tenho aquele corno reclamando das coisas que faço ou deixo de fazer. Aquele escroto com seu jornal do dia e suas roupas engorduradas! E suas cuecas nojentas. E seu charuto fedorento...”<br /><br />Andava pelas ruas, sem vontade de nada. Mas ainda não havia perdido o gosto em observar o mundo ao redor. Notou aquele muro colorido em meio ao lixo jogado a céu aberto. As pichações não tiravam a poesia da coisa. Talvez, estranhamente, complementavam a obra, ao menos naquele exato momento. E até mesmo as baratas pareciam dançar em meio aos papéis jogados e a urina seca.<br /><br />Bancas de jornal, edifícios caindo aos pedaços, farmácias, prostíbulos, lojas de roupa... Ela parou para olhar o anúncio da loja. Um cartaz com os dizeres “felicidade não se compra, mas nela você pode investir”. Na foto, um homem – na casa dos trinta –, bonito, bem trajado, com um belo sorriso estampado, semblante de pessoa bem sucedida. Rosto de quem comprou e foi feliz para sempre. Até mesmo porque a foto eternizou aquele sorriso mercantil. Ou pelo menos o eternizou até o momento daquele papel ir para a reciclagem. Certo! Sejamos mais realistas: até aquele papel ser jogado em qualquer bueiro imundo, empesteado de ratazanas famintas.<br /><br />A questão é que ela parou não por um minuto, mas por dez longos minutos frente à foto. Ela analisou cada pedaço de madeira morta do cartaz, cada pingo de tinta impressa, cada detalhe do belo homem. Só não analisou seus suspiros estúpidos no meio da rua. Não notou a boca semiaberta e os olhos brilhando. O toque do celular a despertou.<br /><br />- Espero que esteja em casa logo! Estou morrendo de fome e não tem uma porra de mistura sequer nessa casa! E mesmo que tivesse, a louça está toda suja! Esqueceu de lavar os pratos que usei ontem. Onde você está com a cabeça?!<br />- Desculpa, seu arrombado filho de uma puta! – pensou – Desculpa. Logo estou em casa.<br /><br />Apesar da pequena indelicadeza, dessas que acontecem todos os dias, voltou para casa sorrindo, com o pensamento a mil. Havia disposição para o dia seguinte.<br /><br />A caminho do trabalho, passou em frente à loja. E, de relance, observou novamente o cartaz. O coração apertou de forma estranha. Faltou-lhe o ar por alguns segundos, alguns segundos, alguns segundos... o tempo parou? Olhou, subitamente, para o relógio. Atrasou-se cinco minutos. O elevador não tolera sequer atrasos de dois minutos! Patrão reclamando. Telefones tocando incessantemente, papéis e mais papéis para assinar. Sorriso nos lábios.<br /><br />Fim de expediente. Seus olhos já não notaram os pássaros na árvore cantando a melodia da vida. Seus olhos não notaram o céu aberto, nem as flores, nem as poesias das ruas empoeiradas. Seus pensamentos pararam nele, no homem de sorriso misterioso, de charme impresso em alta definição, homem com mais de 100 mil cores!<br /><br />Novamente estava em frente à loja, mas... Que diabos! Onde estava o cartaz? Seus olhos marejaram. Seus lábios tremeram no que seria o maior susto de sua vida. Sentiu medo. Ajoelhou-se, sem se importar com os transeuntes mecanizados. Ajoelhou-se no desespero do desencontro. Levou as mãos à cabeça e olhou ao redor, com lágrimas descendo pelo rosto. Uma luz! No lixo da esquina próxima, jogado junto ao chorume do lixo acumulado de dias, estava o cartaz. Em meio aquela podridão, o sorriso do homem do cartaz anunciava um recanto de paz. Levantou-se e correu para o lixo. Jogou-se ao amado. Jogou-se como quem procurava insanamente comida em meio aos sacos e cestos. Abraçou o cartaz, deitada ao chão.<br /><br />Aquele momento único, aquela vitória, aquele alívio, aquele encontro romântico... aquele sorriso convidativo! Olhos brilhando, as lágrimas agora eram de felicidade. “Eu te preciso”, sussurrou ao ouvido do cartaz. E beijou-lhe a boca com amor e devoção.<div>
<br /></div>
<div>
<br /></div>
Mao Punkhttp://www.blogger.com/profile/08856673634040975774noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5184614552398352031.post-33220646404493559172012-10-11T18:05:00.001-03:002012-10-11T18:08:28.910-03:00CACTOSei que será o melhor para mim. Curiosamente, será o melhor para mim!<br />
<br />
O problema é que o melhor às vezes dói mais que sentar no cacto.<br />
<br />
Mas se me alargar de forma que meu cu possa abarcar o mundo e toda a sua sorte de acontecimentos, então topo sentar no cacto!<br />
<br />Mao Punkhttp://www.blogger.com/profile/08856673634040975774noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5184614552398352031.post-5081990248111186252012-07-04T16:07:00.001-03:002012-07-04T23:04:38.418-03:00OLHOS CLAROSEla tinha olhos claros. Azuis, se não me engano, ou tão verdes quanto o céu em dias de sol. Ora, destaco que, em situações não adversas, este mesmo céu seria bem mais digno de minha atenção e de meus escritos que aqueles olhos.<br />
<br />
Na realidade, já é espantoso que eu comece a prosa dizendo sobre aqueles olhos claros! Portanto, creio que tal registro de meus devaneios seja merecedor de um gesto louvável. Permito-me tomar o próprio ato por prêmio, embora não me seja esforço derramar minhas expressões em linhas.<br />
<br />
Falei dos olhos claros? Perdão! Não são eles, com precisão, os protagonistas dessa história. Aliás, adianto-me ao dizer que há pretensão em minhas palavras ao tomar o fato, singelo por si, como história. Contudo, acerto ao dizer que a beleza de todo o fato esta contido naquele olhar. Olhar, ao que a ciência me permite saber, só é possível quando há olhos que fitam algo ou alguém. Sejamos diretos: um belo olhar, vindo de olhos claros, fitou meu olhar instigado.<br />
<br />
Mas o que estou dizendo? Estarei eu escrevendo um involuntário e extenso prólogo apenas para relatar dois olhares que se cruzam inesperadamente? Não! Os prólogos pertencem às obras já findadas, às grandes histórias de centenas de páginas. Não posso me estender tanto em um prólogo quando ainda não sei ao menos qual será a história que se seguirá.<br />
<br />
No entanto, mesmo desconhecendo a causa exata que instigou meu olhar, sei que fui igualmente instigado. E ela tinha olhos claros.<br />
<br />
O fato de serem claros os olhos merece destaque. Nunca o azul ou o verde-céu prenderam tanto minha atenção. Quiçá tal feitio decorra de uma sede que tenho de inovação, de nova vida! Toda aquela beleza ali exposta, como se fossem os olhos o centro do encanto, atraiu meu olhar.<br />
<br />
E desejo, de forma ainda primária, que meus olhos também tenham atraído a atenção daquela que me fez, após tanto tempo em lamento, reescrever sobre uma sensação que já não conhecia: o voo da mente! <br />
<br />
Reforço aqui que não são os olhos protagonistas do fato. Revelo que o protagonista é o próprio fato. Revelo também que isso não é uma história, mas que alguma história feliz poderá ser escrita a cores azuis ou verde-céu. Quem sabe este registro não seja, um dia, o prólogo de nosso encontro...<br />
<br />
O que escrevo, portanto, somos nós e nada mais.Mao Punkhttp://www.blogger.com/profile/08856673634040975774noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5184614552398352031.post-8204940860160779052012-05-24T21:21:00.000-03:002012-05-24T21:25:45.315-03:00OSCULARTerapia? Assim como a vida nos deprime, pode ela mesma ser a terapia. Tanto Faz!<br />
<br />
Pensamentos, vícios, fome! E uma barra de chocolate. Chega a ser prazeroso o simples fato de abrir a embalagem! Talvez seja um momento de regresso à infância, àquele momento em que, empolgado, desembrulhava os presentes (seriam brinquedos ou roupas?). Mas é fato que o tesão infantil é bem mais bonito. Costumava ser, eu acho, embora eu não ficasse de pau duro ou aéreo.<br />
<br />
Embalagem aberta. Hora de comer o chocolate. Não! Isso seria comum demais. Pedaço à boca, sabor, pensamentos, vícios... Céus! Estou beijando o chocolate!<br />
<br />
Passeio a língua, acaricio, entrego-me ao beijo. Sinto que o chocolate se entrega! Sei que está derretendo por mim. É o gosto da vida! Ao menos o gosto daquele momento.<br />
<br />
Ouço a música a tocar. Uma bela melodia! Ainda estou beijando. Beijo de olhos fechados. É agradável o sabor! Teria Isabelly um beijo tão doce? Abstraio. O chocolate me beija.<br />
<br />
Em todos os cantos beijos apaixonados. O vento beija o rosto de alguém; o pranto beija os olhos de alguém; um sorriso beija os lábios de alguém; alguém beija alguém... Eu também sou beijo, tocando folhas e loucuras.<br />
<br />
Eu sou um beijo intenso! Eu sou a língua dançando na genitália da alma. Eu sou a saliva saboreando o orgasmo da vida. Eu sou abusadamente oscular!Mao Punkhttp://www.blogger.com/profile/08856673634040975774noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5184614552398352031.post-39279997204492495942012-01-19T16:19:00.002-02:002012-03-01T17:47:32.010-03:00TRONO METROPOLITANOEra o cenário ideal para iniciar um grande romance metropolitano, um belo romance da cidade grande!<br /> <br />Horário de pico, ônibus em direção à zona oeste. Para o horário, o ônibus estava vazio. Consegui um assento ao fundo. Era um daqueles bancos individuais, feitos para que se carregue mais desolados em pé ou feito sob medida para os mal amados e ranzinzas. De qualquer forma, era eu quem estava lá.<br /><br />Havia, claro, pessoas que não conseguiram se sentar. E não era por dor de cu. Simplesmente não existia sequer um banco disponível, o que é de se esperar de um ônibus da capital.<br /><br />Eis que entra no veículo a estrela da história. Era uma garota jovem. Magra, mas com um belíssimo corpo. Cabelos pretos, rosto encantador e olhos maravilhosamente castanhos. Ficou em pé, logicamente. Estava de costas para mim, próxima a meu assento. Eu podia ver aquela bundinha delicada e gostosa, aquela cintura sedutora, aqueles cabelos negros... bendito seja o horário de pico!<br /><br />Eu não conseguia parar de admirar aquela linda garota. Por um momento ela olhou para trás, despretensiosamente, e seus olhos encontraram os meus. Eu a olhava com os olhos de encanto ou desejo. Logo seus olhos desviaram. Voltou a olhar para frente.<br /><br />Imã. Ela era feita de imã e meus olhos eram metais, vulneráveis à atração! Eu podia sentir meus olhos querendo saltar das órbitas para colar naquela beldade. De repente, como quem arranja pretexto para olhar para trás, ela virou de lado, olhou ao redor e passeou seus olhos nos meus.<br /><br />Céus! Eu poderia ter me apaixonado! Ela olhou diversas vezes. Havia percebido que eu a admirava. E acreditei que ela me admirava igualmente.<br /><br />O assento à minha frente esvaziou, outro banco para mal amados, assim como o meu.<br /><br />Ela sentou-se ali. Oh! Já não era mais um banco de mal amados! Era recanto de beleza, trono de princesa urbana, ninho de formosura em meio ao caos da metrópole!<br /><br />Sim, ela estava sentada à minha frente. Céus, eu estava sentado atrás dela! Até o trânsito congestionado sugeria nosso enlace: o ônibus parado, motor ligado, fazendo com que o veículo desse pequenos solavancos para frente e para trás, para frente e para trás, para frente e para trás...<br /><br />Eu a olhava fixamente. Ela olhava pela janela, mas seus olhos sempre fugiam e, disfarçadamente, olhavam os meus.<br /><br />Nós estávamos namorando. Sim, era início de namoro, tímido, desajeitado, cheio de desejo! Nossos olhos diziam isso!<br /><br />De repente, sua mão direita arrumou seus cabelos e... puta que pariu! Eu vi uma aliança em seu dedo! Como ela pôde?! Ela me traiu! Tudo bem, tudo bem. Resolvi perdoá-la e continuei nosso romance.<br /><br />Era noite e começava a esfriar. Ela tirou de sua mochila uma blusa rosa. Ajeitou os cabelos e começou a vestir a blusa. Eu olhava seus movimentos como se ela estivesse fazendo um strip-tease. Era um strip às avessas, mas igualmente fascinante, ao menos para mim que poderia passar o resto da noite a observando, com ou sem roupas. Ela ainda me olhava disfarçadamente.<br /><br />Eu não conseguia disfarçar. Eu a olhava descaradamente! Eu queria sorrir para ela! Eu a queria comigo!<br /><br />Mas ninguém nunca morou em um ônibus e veio o momento em que ela chegou a seu destino. Levantou de seu assento, caminhou até a porta que ficava na parte central do ônibus e desceu sem olhar para trás.Mao Punkhttp://www.blogger.com/profile/08856673634040975774noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5184614552398352031.post-3215678680938793202012-01-03T18:10:00.001-02:002012-01-03T18:12:01.854-02:00BAGUNÇA SEXUALFazer sexo usando camisinha? Quem consegue fazer sexo usando camisinha? Ninguém!<br /> <br />Já parou para pensar no termo “fazer sexo”? Esse termo significa “gerar cria”, “originar uma vida”, seja essa vida do sexo masculino ou feminino. Exatamente: fazer sexo!<br /><br />As pessoas, na realidade, não fazem sexo usando camisinha. Elas transam. Elas fodem. Elas trepam! Isso sim é possível! Mas gerar cria usando camisinha? Jamais!<br /><br />Daqui a pouco estarão falando em comer sem ingerir, pegar sem ter nas mãos, catar sem recolher...Mao Punkhttp://www.blogger.com/profile/08856673634040975774noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5184614552398352031.post-39281882335710470572011-11-06T12:16:00.003-02:002011-11-06T12:26:09.250-02:00CUMPLICIDADE IIÉ um reflexo.<br /><br />Não encontro em mim o motivo da busca. Na realidade não me encontro em mim. Sendo assim meus olhos flutuam, desanimados, por este vão mundo tão cheio de coisas. Há de existir qualquer surpresa que possa ser captada por estes olhos cansados. Avisto!<br /><br />Avisto alguma surpresa. Sua cor é castanha. É um castanho sério. Um castanho que não se encontra em si e que flutua.<br /><br />Busco neste castanho – sério, mas indiscutivelmente belo – o motivo do desânimo contrastante que envolve aqueles olhos. Busco. Será que, na realidade, o que procuro ali são minhas razões de desânimo como se tudo fosse a tradução perfeita do meu momento?<br /><br />Mas sinto que estes olhos também buscam nos meus esta tradução. É um apelo, uma súplica! O que acontece em mim? Em nós?<br /><br />É um reflexo. Serei eu espelho coincidente ou serei contágio? Será que estes olhos que me contagiaram?<br /><br />Somos cúmplices silenciosos um do outro. Somos o esquecimento de que até nessas dores há beleza irrefutável.Mao Punkhttp://www.blogger.com/profile/08856673634040975774noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5184614552398352031.post-40303431249514208252011-10-29T21:14:00.000-02:002011-10-29T21:15:31.950-02:00CUMPLICIDADEFui cúmplice. Daquele pranto fui cúmplice. <br /> <br />Não fui cúmplice da causa da dor. Aliás, desconheço a causa da dor, embora eu desconfie que em cada dor haja o mesmo vazio.<br /> <br />Fui cúmplice porque por dias segui aqueles olhos castanhos como quem busca o oásis no deserto. Desculpem-me a metáfora clichê e desajeitada, mas quem tem sede da vida não poderia apresentar outra ideia. <br /> <br />Segui aqueles olhos. E eles, por força de minha imaginação ou por força dos fatos, também seguiram os meus. Foi assim que me tornei parte do crime.<br /> <br />E não fui parte do crime de forma dolosa. Na realidade, nem culposa. Fui vítima, tão vítima quanto aqueles olhos castanhos chorosos.<br /> <br />Fui cúmplice de um momento doloroso. Fui parte daquela dor porque a dor daqueles olhos se espelhou nos meus. Ou será que meus olhos se espelharam naquela dor?<br /> <br />De qualquer forma o sentimento de impotência tomou toda a minha manhã e começo da tarde.<br /> <br />Fui cúmplice covarde. Covarde porque não derrubei meu pranto naquele momento. Covarde porque não disse “passará”. Meus olhos bem tentaram dizer, mas eles eram tão cúmplices, tão tristes!<br /> <br />Fui cúmplice. Daquele pranto fui cúmplice. E minha cumplicidade se fará em silêncio. Se fará em solidariedade ao silêncio daquele pranto gritante, gritando em silêncio de uma vontade de ser cúmplice de algum sorriso.Mao Punkhttp://www.blogger.com/profile/08856673634040975774noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5184614552398352031.post-17413125322012658522011-08-09T17:14:00.000-03:002011-08-09T17:15:35.161-03:00CONFISSÃO GOZADAEle gozou na minha cara. O filho da puta gozou na minha cara! Acha que sou que tipo de mulher? Uma puta? Nem puta é tão humilhada! Acha que só porque chupei seu pau ele tem direito de fazer isso comigo?
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<br />Entendo que todos têm o direito ao orgasmo, mas tinha que ser desse jeito? Para ele está tudo bem, afinal eu não pinto a cara dele de branco quando ele me chupa. Mas achar que gozar na minha cara é compensar o trabalho feito, isso é inadmissível!
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<br />Confesso que não foi ruim. Você, que também é mulher, entende que a coisa não é lá muito agradável realmente, mas também não é algo totalmente desprezível. Claro que gosto é gosto, mas na hora do sexo certas coisas são superáveis... Mas nem por isso deixarei as coisas bagunçadas assim! Com que direito ele fez isso? Tirou minha honra, me tratou como uma qualquer, tentou me diminuir!
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<br />Logo ele que sempre me tratou tão bem, com tanto respeito... Um exemplo de homem... Não! O que estou dizendo?! Ele quis me inferiorizar!
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<br />Eu poderia ter parado. Eu deveria ter imaginado o que estava por vir. Por que mantive a arma em minhas mãos? Por que vivi o calor dessa emoção tão livremente? Por que dei asas à minha libido desse jeito?
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<br />Oh! Estou arruinada! O que dirão de mim se souberem? Não vão mais me aceitar como mulher, estou fadada ao desrespeito! Todos vão me tratar como vagabunda!
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<br />É tão triste ter a minha sexualidade fragilizada dessa forma! Que todos me perdoem!
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<br />Mao Punkhttp://www.blogger.com/profile/08856673634040975774noreply@blogger.com0