Ela tinha olhos claros. Azuis, se não me engano, ou tão verdes quanto o céu em dias de sol. Ora, destaco que, em situações não adversas, este mesmo céu seria bem mais digno de minha atenção e de meus escritos que aqueles olhos.
Na realidade, já é espantoso que eu comece a prosa dizendo sobre aqueles olhos claros! Portanto, creio que tal registro de meus devaneios seja merecedor de um gesto louvável. Permito-me tomar o próprio ato por prêmio, embora não me seja esforço derramar minhas expressões em linhas.
Falei dos olhos claros? Perdão! Não são eles, com precisão, os protagonistas dessa história. Aliás, adianto-me ao dizer que há pretensão em minhas palavras ao tomar o fato, singelo por si, como história. Contudo, acerto ao dizer que a beleza de todo o fato esta contido naquele olhar. Olhar, ao que a ciência me permite saber, só é possível quando há olhos que fitam algo ou alguém. Sejamos diretos: um belo olhar, vindo de olhos claros, fitou meu olhar instigado.
Mas o que estou dizendo? Estarei eu escrevendo um involuntário e extenso prólogo apenas para relatar dois olhares que se cruzam inesperadamente? Não! Os prólogos pertencem às obras já findadas, às grandes histórias de centenas de páginas. Não posso me estender tanto em um prólogo quando ainda não sei ao menos qual será a história que se seguirá.
No entanto, mesmo desconhecendo a causa exata que instigou meu olhar, sei que fui igualmente instigado. E ela tinha olhos claros.
O fato de serem claros os olhos merece destaque. Nunca o azul ou o verde-céu prenderam tanto minha atenção. Quiçá tal feitio decorra de uma sede que tenho de inovação, de nova vida! Toda aquela beleza ali exposta, como se fossem os olhos o centro do encanto, atraiu meu olhar.
E desejo, de forma ainda primária, que meus olhos também tenham atraído a atenção daquela que me fez, após tanto tempo em lamento, reescrever sobre uma sensação que já não conhecia: o voo da mente!
Reforço aqui que não são os olhos protagonistas do fato. Revelo que o protagonista é o próprio fato. Revelo também que isso não é uma história, mas que alguma história feliz poderá ser escrita a cores azuis ou verde-céu. Quem sabe este registro não seja, um dia, o prólogo de nosso encontro...
O que escrevo, portanto, somos nós e nada mais.
Por Mao Punk: NÃO ACONSELHADO A PURITANOS! Aqui estão meus textos que expõem a fragilidade e indecência humanas, onde o real se mistura com o fictício. Muitos dos textos aqui presentes podem ofender por expor o lado mais indesejável dos seres humanos. Palavrões, conotações sexuais e violência são frequentes. Não leia se isso não te agrada. Boa leitura.
"RESQUÍCIOS DEPRESSIVOS, SUJOS E NOJENTOS" trata-se de textos onde exponho de forma irônica, metafórica, crítica e subversiva a condição humana. Esse blog pode causar estranhamento e até mesmo raiva, pois mistura o real com o fictício sem embelezamentos, indo a fundo no que o ser humano tem de pior: a ignorância, a covardia, os tormentos, a utilização da sexualidade de forma desrespeitosa, os vícios, a solidão, etc. Qualquer semelhança entre fatos e os textos aqui presentes é mera coincidência. As características do texto não representam necessariamente o ponto de vista do autor que vos escreve.
Respeite a arte! Ao reproduzir em outros lugares a obra de algum artista, cite o autor. Todos os textos aqui presentes foram escritos por Mao Punk.
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Andei por aqui, me diverti, e me indignar? não sei bem o que é gente rsrsr parabéns pela coragem de não maquiar e nem temperar o que já está carregado de pimenta.
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