O encontro entre a beleza que
minha mente cria e meus anseios que não a alcançam, em um primeiro momento,
deixa-me frustrado. Eu lamento os desejos que me brotam com uma fúria estúpida
e ingênua. Eu sei o quanto meus anseios são incapazes de atingir o que quero.
Via de regra, o que quero é excessivamente inalcançável.
Em um segundo momento, retomo minha história. Repenso sobre o enorme acervo de derrotas que possuo. As mais longínquas que a mente consegue recordar pareciam mais graves no momento em que se procederam. O peso das derrotas subsequentes tornou-as mesquinhas. O montante de derrotas sequer me pesa as toneladas que possui! Tornei-me mais preparado, mais treinado, mais insensível.
Em um segundo momento, retomo minha história. Repenso sobre o enorme acervo de derrotas que possuo. As mais longínquas que a mente consegue recordar pareciam mais graves no momento em que se procederam. O peso das derrotas subsequentes tornou-as mesquinhas. O montante de derrotas sequer me pesa as toneladas que possui! Tornei-me mais preparado, mais treinado, mais insensível.
Recolho-me, então, à
insignificância de minha existência. Recolho-me às minhas carências afetivas – não,
não –, digo, às minhas carências emocionais. Recolho-me aos fatos, às amarguras
tão minhas, à vida como ela me é.
Eu não me aceito. Aceito que
não posso me aceitar. Eu nunca pude. E aceito que as coisas andam bem. Eu estou
caminhando. Eu estou sentindo o vento. Eu estou comigo, como ninguém jamais
poderia.
Reflito sobre as consequências
de se alcançar o que se quer. Nada é infinito. Será que perder é pior do que
nunca ter? Sinto-me privilegiado pelas rasteiras da vida enquanto eu ainda
estava rastejando em desejos tão pueris. Eu rio da cara da vida, que em golpes tão
baixos não conseguiu ter mais baixeza que eu.
Eu estou fodendo com minha má
sorte. Hoje o azar não conseguiu me atingir. Eu estou fodendo com minha má
sorte e gozando neste azar incapaz!
Não há cigarros para quem não
fuma. Eu trago minha desgraça e sopro ao vento a poesia.
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