É um reflexo.
Não encontro em mim o motivo da busca. Na realidade não me encontro em mim. Sendo assim meus olhos flutuam, desanimados, por este vão mundo tão cheio de coisas. Há de existir qualquer surpresa que possa ser captada por estes olhos cansados. Avisto!
Avisto alguma surpresa. Sua cor é castanha. É um castanho sério. Um castanho que não se encontra em si e que flutua.
Busco neste castanho – sério, mas indiscutivelmente belo – o motivo do desânimo contrastante que envolve aqueles olhos. Busco. Será que, na realidade, o que procuro ali são minhas razões de desânimo como se tudo fosse a tradução perfeita do meu momento?
Mas sinto que estes olhos também buscam nos meus esta tradução. É um apelo, uma súplica! O que acontece em mim? Em nós?
É um reflexo. Serei eu espelho coincidente ou serei contágio? Será que estes olhos que me contagiaram?
Somos cúmplices silenciosos um do outro. Somos o esquecimento de que até nessas dores há beleza irrefutável.
Por Mao Punk: NÃO ACONSELHADO A PURITANOS! Aqui estão meus textos que expõem a fragilidade e indecência humanas, onde o real se mistura com o fictício. Muitos dos textos aqui presentes podem ofender por expor o lado mais indesejável dos seres humanos. Palavrões, conotações sexuais e violência são frequentes. Não leia se isso não te agrada. Boa leitura.
"RESQUÍCIOS DEPRESSIVOS, SUJOS E NOJENTOS" trata-se de textos onde exponho de forma irônica, metafórica, crítica e subversiva a condição humana. Esse blog pode causar estranhamento e até mesmo raiva, pois mistura o real com o fictício sem embelezamentos, indo a fundo no que o ser humano tem de pior: a ignorância, a covardia, os tormentos, a utilização da sexualidade de forma desrespeitosa, os vícios, a solidão, etc. Qualquer semelhança entre fatos e os textos aqui presentes é mera coincidência. As características do texto não representam necessariamente o ponto de vista do autor que vos escreve.
Respeite a arte! Ao reproduzir em outros lugares a obra de algum artista, cite o autor. Todos os textos aqui presentes foram escritos por Mao Punk.
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